sexta-feira

A Coelho e o Chapéu

O máximo que ele poderia me oferecer era o seu chapéu.
Ele não tinha chá.
Não era o meu Chá-peleiro.
E eu não tinha mais tempo para ele.
Não tenho mais.
Não terei mais.
Mas ele me cativou há um certo tempo.
E já não podemos mais voltar atrás.

O máximo que ele poderia me oferecer era o seu chapéu.
E foi o que restou dele comigo a noite inteira.
Além, é claro, de um pouco de suor.
Mas isso eu também podia oferecer a ele.
E ele aceitou de bom grado.

O máximo que ele poderia me oferecer era o seu chapéu.
E eu aceitei.
Mal tive tempo pra me aproveitar.
As correntes me atrapalhavam.

O máximo que ele poderia me oferecer era o seu chapéu.
Eu não poderia oferecer o chapéu dele a ninguém.
Mas mesmo assim insistiam em tentar tirar de mim o pouco que ainda me restava dele.
Passei boa parte do meu escasso tempo correndo.
Correndo atrás do pouco dele que me restava para que não deixasse de pertencer a mim.

O máximo que ele poderia me oferecer era o seu chapéu.
E seu suor.
Mas eu nunca quis mais que um bom chapéu.

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